domingo, 24 de março de 2013

As três malas de Fernanda Keulla


















Fernanda quando foi para o programa levou consigo três malas, duas de roupas e uma com tudo que ela havia deixado aqui fora, família, carreira, diploma, amigos. A terceira mala ela deixou na porta de entrada do Big Brother, não entrou na casa. Essa história Fernanda contou hoje no programa, tentando explicar à Natália os motivos de seus excessos, de sua exuberância e da maneira como ela viveu o jogo. 

Seu pai no dia em soube que ela estaria no Big Brother alertou-a de que as decisões que ela tomasse na vida deveria apenas afetá-la e não envolver a família. Esta é a Fernanda Keulla, cujo pai coloca este tipo de questão para ela, não sendo esta uma posição de um pai que mima e tampouco diante de uma filha infantilizada. Fernanda, pelas histórias que conta, foi sempre exigida a dar o melhor dela. E assim ela fez no programa, de maneira intensa e inteira. E se não houvesse outros motivos, só por isso Fernanda é muito merecedora desse prêmio.


















E vivendo por inteiro na casa, Fernanda foi conquistando seu espaço e brigando par e passo por tudo. Por ela, por aquilo em que ela acreditava, por sua fantasia de Príncipe.  Que não se enganem os incautos, esta foi a maior e melhor jogada de marketing involuntário utilizada no programa, que poderá ser muito usada aqui fora, basta que eles queiram. Involuntária porque Fernanda não tinha como saber que realmente haveria um Príncipe no Big Brother. A história dos participantes masculinos em geral nos contam histórias de ogros. 

Mas André foi um príncipe, não daqueles idealizados o tempo inteiro, montados em cavalo branco. Ele também foi um príncipe dos tempos modernos, que fez questionamentos, que colocou ele e Fernanda em xeque, que amadureceu dentro do jogo e fez com que a Princesa crescesse. Eles brigaram e se desentenderam, ele virou sapo, mas sapo ou príncipe André sempre cuidou dela, como jamais nenhum homem cuidou de uma mulher no Big Brother. 

E, para colocar em pratos limpos, quem acompanhou essa história sabe que André tentou beijar Fernanda na semana anterior à reconciliação, com Elieser ainda no programa, sem percentuais de paredão divulgado, lá dentro do quarto do líder numa tentativa frustrada de um beijo roubado que Fernanda recusara. Portanto cai por terra mais um mito das justificativas tortuosas daqueles insatisfeitos porque uma princesa dos tempos modernos ousou aparecer no Big Brother sem medo de fantasias arrebatando muita torcida e ganhando o coração do príncipe.
















Mas Fernanda foi bem mais do que uma princesa, sua história interlaçada com a do André também foi a história de uma mulher inteligente, articulada, generosa em suas atitudes, intensa em sua necessidade de entender tudo, mundo, amigos e histórias vividas. Por isso seu constante questionamento, suas conversas infindáveis, cada oportunidade dada aos amigos e adversários de jogo. Fernanda foi sempre perfeita? Deixou de cometer erros? 

Claro que não, pois Fernanda sempre foi intensa e perfeição não ganha o Big Brother. Ela arrebanhou sua parcela de desafetos, foi polêmica, enfrentou polêmicas com sua retórica, sustentou seus argumentos. Em todos os momentos, inclusive na famosa discussão com Nasser na prova do carro da Fiat, que me perdoe o Bial a quem eu admiro tanto, mas não houve ética em Nasser, apenas um medo enorme de ser eliminado da prova. Porque ser descoberto após o término da mesma seria muito feio no jogo dele.

E Bial havia dito que deveria ser negociada entre eles a permissão do xixi. Mesmo com boa vontade, urina não é água e tem cheiro, portanto, urinar num carro sem ser notado era uma questão sem sentido. E se fosse necessária prova técnica, existem reagentes químicos que tirariam a prova dos nove. Bastaria ser necessário. No início da conversa Nasser chega a ser duro com Fernanda afirmando que faria o que tivesse vontade, mas foi vencido pelos argumentos da advogada. Que já em desvantagem, num banco apertado de um carro que podemos quase considerar que sequer tem banco traseiro tinha que lutar por sua vitória na prova.

Mas sempre encontrarão motivos para criticar, assim como criticamos os outros. Esse é o jogo do Big Brother, um jogo sem verdades absolutas, onde as identificações com o público passam por questões impalpáveis, não se explicam apenas nas atitudes. Hoje é o último paredão da temporada, em dois dias estará tudo acabado, luzes apagadas, prêmio entregue, fecha-se outro ciclo tanto para nós quanto para eles. Nós em compasso de espera por nova temporada, eles num novo recomeço.

Leia mais : http://tvg.globo.com/bbb/bbb13/especial-blog/bbb-do-b/post/tres-malas-de-fernanda-keulla.html

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